Mês do Orgulho LGBTQIA+
Saiba mais sobre a importância das marcas e mídias sociais para que haja mais consciência e, consequentemente, sobrevivência.
Por: Marcelo Takaki
@martkki
Chegamos na metade do mês do orgulho LGBTQIA+ que comemora as conquistas e lutas para que a comunidade tenha mais direitos garantidos. Para isso, não podemos falar sobre esse assunto sem lembrar onde tudo começou.
No dia 28 de junho de 1969, em Nova York, no Bar The Stonewall Inn, a polícia local fazia mais uma de suas abordagens truculentas. Pessoas da comunidade GLS da época eram constantemente alvo de extorsões e espancamentos por parte de policiais. Naquele dia, um grupo de lésbicas, travestis e gays reagiu e se recusou a sair do local. O protesto se prolongou por mais alguns dias e a data tornou-se um marco simbólico das lutas. A partir de então, as comunidades GLS por todo mundo passaram a se organizar como um movimento. Reivindicando direitos e pelo orgulho de existir.
Conquistou-se muito ao longo desses anos todos. Atualmente, há maior visibilidade por parte de grandes marcas que aderiram a esse movimento e podendo fazer a diferença. Mas é claro que, nem tudo é perfeito!
Apoiar uma causa não é “modinha”
Eis que chegou o mês de junho, onde se comemora o dia dos namorados e o dia do orgulho LGBTQIA+. Nessa época nossas timelines estão repletas de mensagens amorosas e o que mais chama atenção é a quantidade de mensagens de apoio às causas LGBTQIA+. Além de criar campanhas totalmente voltadas ao tema da diversidade, olhando um instante para a quantidade de anúncios nesse teor, até chegamos a acreditar que o nosso país é inclusivo, que não existe preconceito e nem homofobia.
Mas, vocês já se perguntaram se realmente as empresas e marcas apoiam essa causa por simpatizarem com a necessidade de revolução de pensamento social ou só fazem campanhas para aproveitar o momento e garantir aumento dos lucros?
Para uma empresa passar a mensagem certa, a campanha precisa estar alinhada com a sua cultura organizacional e posicionamento de marca. E isso não é simples como parece. A organização precisa estar realmente engajada e entender as questões aprofundadas sobre o movimento LGBTQIA+.
Assim, o público consegue identificar se a mensagem que a empresa quer passar condiz com o que ela prega no seu dia-dia, ou não.
Fica de tarefa básica para as empresas: eduquem TODOS os seus colaboradores e tratem de maneira igualitária os clientes LGBTQIA+. Isso já é um bom começo.
Marcas que engajam no movimento
No Brasil existem vários exemplos de sucessos de ações em defesa da causa LGBTQIA+, como por exemplo:
O BOTICÁRIO
Ao longo dos anos, a marca vem se tornando referência e não podia deixar de citar a campanha do dia dos namorados de 2021, onde vemos vários casais de todos as orientações sexuais e estilos com uma mensagem impactante: “Como vamos explicar o inexplicável, o Amor? ”.
C&A MODAS
Em 2016 a rede varejista inovou mais uma vez com sua ação, com o slogan “Misture, ouse, divirta-se”. A campanha mostra que podemos ser livres para nossas escolhas onde a marca aposta que usamos o que queremos e não o que a sociedade nos impõe.
MERCADO LIVRE
A empresa esse ano vem com uma ação ousada e encantadora para comemorar o dia dos namorados e o mês do orgulho LGBTQIA+. A campanha recriou vários beijos icônicos do cinema, de diversas épocas, com o título “Novos Beijos Icônicos”. A mensagem principal é: “Para cada preconceito um beijo”.
O poder do “pink money”
Em algum momento você já se deparou com esse termo “Pink Money”. Sabe o que realmente quer dizer?
O termo “dinheiro cor-de-rosa” surgiu nos Estados Unidos no final da década de 1970 quando grupos homossexuais não dispunham de patrocinadores para suas ações (publicações de jornais, revistas, realização de congresso e etc.). Unido, o movimento gay americano definiu um dia de protesto nacional. Nesse dia, toda a nota de um dólar que passasse por algum gay, deveria ter um risco com caneta da cor de rosa em seu canto superior. Da noite para o dia, milhares de notas amanheceram coloridas apontando a força do Pink Money.
Com essa ação a comunidade LGBTQIA+ mostrou o quanto eles tinham um grande poder em suas mãos. Estima-se que só no Brasil o montante desse poder é de 420 bilhões de reais ou cerca de 10% da riqueza produzida no país (segundo dados da consultoria norte-americana Out Leadership de 2015). E esses números só crescem com o passar dos anos.
Sabendo disso, as empresas sabem a importância desse movimento e muitas apoiam suas causas, porém, as empresas precisam ter uma coerência no que diz e prega em suas ações. Não adianta fazer comerciais com casais LGBTQIA+ e seu time de funcionários que são gays sofrerem algum tipo de retaliação dentro da empresa.
No final do arco-íris existe um pote de ouro
Percebemos que é necessário entender como os dois lados desse arco-íris devem ter um pote de ouro. O pote no final sendo o pote de representação dos lucros adquiridos pelas empresas. E o pote de início sendo as pessoas que devem ser tratadas como pedra preciosa de valor, apreço, que tanto iluminam e colorem nossa sociedade.
Agora quero saber de você, qual sua opinião sobre grandes marcas apoiarem as causas minoritárias? Comente aqui.
Que reflexão magnífica. Mostra toda uma ravolução e evolução no pensamento social sobre a importância dessa diversidade multicultural que temos em nosso país. Como deve ser respeitada e e bem recebida por todos, uma vez em que traz diversos benefícios a todos sem distinção.